Mosquito na Ilha da Madeira

É conhecida a presença do mosquito Aedes aegypti na Ilha da Madeira desde 2005, após identificação da espécie pelo Museu de História Natural do Funchal. A presença deste artrópode foi registada após muitas descrições da população da freguesia de Santa Luzia, no concelho do Funchal, sobre prurido e pápulas cutâneas que algumas pessoas relacionavam com picadas dum mosquito. Passados 7 anos da identificação do vetor, entre 26 de setembro de 2012 e 3 de fevereiro de 2013 ocorreu o primeiro surto de febre de Dengue nesta ilha, o primeiro na Europa desde 1928, após introdução de um agente com o Vírus.

Até à data, com base na rede de armadilhas de ovos de mosquitos montada em todos os concelhos do Arquipélago da Madeira pelo IASAÚDE, IP-RAM e pelo Museu de História Natural do Funchal, registou-se a presença do mosquito em todos os concelhos do sul da Ilha da Madeira, com consolidação de densidade de mosquitos nos concelhos do Funchal, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Ponta do Sol e Calheta. Houve um único registo de presença no concelho de Porto Moniz, sem se ter registado a sua permanência.

Os dados recolhidos semanalmente pela rede de armadilhas de ovos de mosquito são geoprocessados de modo se realizar-se a modelação e análise espacial e identificar quais as zonas mais infestadas pelo mosquito. Um dos resultados deste geoprocessamento é a sequência semanal dos resultados, criando um filme com a evolução da atividade do mosquito ao longo de um ano. Este filme é a combinação semanal da vigilância entomológica do mosquito Aedes aegypti (presença/ausência de ovos e nº de ovos) com os dados meteorológicos da estação do Lazareto, disponibilizados pelo IPMA, para a época do mosquito entre a Semana 10 de 2014 e semana 9 de 2015.

 


O filme acima representa o resumo semanal da atividade do mosquito Aedes aegypti na época entomológica 2015/2016, com início na semana 10 de 2015 e termino na semana 9 de 2016, tendo como base as observações referentes à vigilância entomológica concretizadas pelo IASaúde em parceria com os restantes parceiros (Museu de História Natural do Funchal e Municípios). O gráfico no topo do filme apresenta as variáveis meteorológicas, Temperatura Média Diária e Precipitação Diária, que “regulam” a atividade do mosquito, e o número total de ovos semanais capturados, representados com o triângulo verde. Desta maneira confirma-se o aumento do número de ovos capturados pelas armadilhas (e consequente aumento de número de mosquitos) com temperaturas acima dos 21˚C. No mapa estão localizados com ponto colorido os resultados semanais de cada uma das 185 armadilhas. Com a cor vermelha estão representadas as armadilhas onde foram observadas presenças de ovos e com a cor verde as armadilhas onde se observou ausência de ovos. Com cor branca estão representadas as armadilhas sem observação nessa semana. A dimensão do ponto simboliza o número de ovos observados por cada armadilha. As isolinhas são o resultado da modelação espacial e representam as zonas com presença de mosquitos através dos valores acumulativos da presença de ovos por armadilha. As cores das isolinhas são exibidas desde verde nas áreas em que 15% das observações foram detetados ovos e com a cor vermelha as zonas até 60% das observações com resultado de presença. Assim, estas isolinhas vão-se moldando ao longo das semanas de acordo com os resultados acumulativos de presença/ausência de ovos. O final do filme reserva-nos um quadro-relatório com o resume de observações realizadas para os dois tipos de armadilhas e quantidades totais de ovos de mosquito e adultos mosquito capturados no decorrer desta época.
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